23 de setembro de 2012

Presidente do Ibope diz que Record só reclama do Ibope quando está mal na audiência



Única empresa que aufere a audiência da televisão brasileira, o Ibope comemora seu 70º aniversário neste ano.
A longevidade não impede que o instituto, prestador de serviços para canais de TV, mercado publicitário e partidos políticos, seja alvo constante de questionamentos quanto à credibilidade de suas pesquisas.
Em entrevista à Folha, Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope, rebate as críticas.
“Estamos num estágio que considero ideal: 70 anos de vida, verbete em dicionário, respeito dos clientes e da opinião pública. Sempre tem uma meia dúzia que contesta. Audiência é uma coisa polêmica”, afirma.
Nos últimos meses, o executivo viu aumentarem os ataques à sua empresa.
Ao vivo, em seu programa “Brasil Urgente”, da Band, o apresentador José Luiz Datena equiparou o trabalho do Ibope ao de estelionatários.
“Os ataques são naturais. O Datena, por exemplo, é milionário por causa do Ibope. Ele troca de TV por causa dos nossos dados. As pessoas o querem porque ele é capaz, profissional e dá audiência”, afirma Montenegro.
“Só que ele acha, às vezes, que não marca quatro pontos, que tem cinco ou mais. Aí, fala mal do Ibope, de mim. Eu não posso fazer nada.”
A Record, que neste ano viu sua audiência diminuir com a reação do SBT na briga pelo segundo lugar na televisão aberta, é outro cliente que tem levantado dúvidas em relação à idoneidade do instituto.
“A Record, quando os números são bons para ela, elogia. Aliás, nós temos uma série de anúncios publicitários em que o canal diz que está em primeiro lugar, com a novela tal, com o programa tal. Quando ela não está bem, nos ataca”, afirma Montenegro.
“Mas isso é uma coisa de uma ou outra pessoa. Não é institucional.”
No mês de julho, a emissora do bispo Edir Macedo exibiu uma reportagem em que denunciou o que classificou como “negócios sombrios” de Carlos Augusto Montenegro, no programa “Domingo Espetacular”.
“Não respondi na época porque foi uma reportagem muito grande, meio sem pé nem cabeça e, em grande parte dela, fiquei lisonjeado. Eu era citado como o cara mais poderoso do mundo. O cara que manda em tudo, que é dono do Brasil, que faz o presidente da República etc.”
“Ou é brincadeira ou tenho mesmo que ficar lisonjeado”, afirma Montenegro. A reportagem relacionava empresas do executivo a negócios com o governo e também destacava a relação pessoal e profissional do executivo com funcionários da TV Globo.
Procurado para comentar as declarações de Montenegro, Datena fez novas críticas.
“É uma desonestidade dizer que enriqueci por causa do Ibope. Ele não sabe da minha situação financeira. Não é da Receita Federal. Ele se acha no direito de fazer as pessoas ficarem ricas ou pobres? Pensa que é Deus?”

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