O nepotismo e a falta de noção do SBT

Reprodução do Twitter de Leon Abravanel, diretor de produção do SBT

Um fato curioso ocorreu neste sábado no Twitter e deu provas de que o SBT está jogado em mãos de pessoas que consideram a emissora apenas um “brinquedinho de luxo” da família Abravanel, como uma TV fechada, exclusiva para seus donos e, por isso, ninguém deve satisfação ao público. Aliás, na concepção da cúpula da emissora, é o público quem deve prostrar-se em agradecimento.
Uma nota publicada pelo Portal PS lembrou que o telespectador anda reclamando – e muito – pelo fato do SBT ter feito uma série de promessas no início de 2010 e de, simplesmente, ter abandonado uma após outra, sob a alegação de novas “estratégias de programação” e deixado seu público fiel a ver navios e, pior, sem nenhuma explicação.

Um dos diretores da casa, que por pura “coincidência” tem o mesmo sobrenome que o dono da emissora, não gostou nem um pouco da nota e decidiu se manifestar em seu microblog pessoal. Falando frases de efeito e tentando convencer a todos que a nota era sem propósito, o diretor passou então a bater-boca com fãs da emissora que discordaram de seu ponto de vista.

Num momento de completa ignorância da democracia e da importância do telespectador para a sobrevivência de uma TV aberta, o tal parente de Silvio Santos mostrou seu despreparo para exercer qualquer função num canal de TV, e soltou a pérola que entra para os anais da televisão como uma das maiores gafes: “ok, então assista a Globo, assim você fica com o planejamento, não perde seu tempo e não gasta também o meu”.

Leon Abravanel certamente se esquece que, quem paga seu salário é o público, afinal, sua emissora ainda tem algum patrocínio graças a alguns programas que dão audiência e chamam anunciantes. Portanto, ele deveria começar a tratar com mais respeito o telespectador que faz parte da história do SBT. Ora, se um diretor chega ao ponto de falar para um fã assistir a concorrência simplesmente porque discorda do atual momento da emissora, o que mais se esperar?

Essa foi a prova que faltava para que todos entendam a situação precária em que se encontra o SBT, entregue às mãos de amadores que não entendem patavinas de televisão. A emissora caminha novamente – após o sopro de criatividade com Daniela Beyruti em 2009 – para a decadência certa. É preciso que haja profissionalização dos cargos, porque o nepotismo sem profissionalização dá nisso: diretores falando besteira e tratando uma TV de concessão pública como se fosse seu “brinquedinho de Natal”. Deprimente.