30 de maio de 2009

É bom saber: Recém-nascido na sala de parto


Ao receber o bebê das mãos do obstetra, o pediatra vai levá-lo para um berço com aquecimento e enxugar o líquido amniótico de sua pele. Isto é feito para prevenir a perda de calor do bebê.

Dentro do útero, o bebê está com uma temperatura igual à sua, em torno de 36ºC. Ao nascer vai para um ambiente com a temperatura de 22 a 28ºC, o que representa uma queda muito brusca. Não devemos permitir que o recém-nascido perca calor, pois pode ser prejudicial ao seu nascimento. Logo depois de aquecer e enxugar o bebê, o pediatra vai limpar sua boca e sua narinas das secreções.

Geralmente utiliza-se uma perinha de aspiração ou uma sonda apropriada ligada em um aspirador à vácuo.

Depois de fazer uma avaliação geral do seu bebê, estando atento principalmente quanto à respiração, batimentos cardíacos e se ele está corado. Estando tudo bem, seu bebê vai ser identificado. Geralmente colocamos duas pulseiras com números e o nome da mãe: uma no punho e a outra no tornozelo do bebê. A mãe também recebe duas pulseiras com os mesmos números de identificação. Seu bebê então está aquecido, enxuto, com a boca e narinas limpas, identificado e avaliado. Dinamicamente, é dada a nota de Apgar. A nota de Apgar é uma maneira de padronizar a avaliação das condições do nascimento dos bebês. Avaliamos cinco características com pontuação de 0, 1 e 2; portanto, nota máxima de 10 e nota mínima de 0.

A nota entre 7 e 10 significa que o bebê nasceu com boa vitalidade; entre 4 e 6 significa depressão respiratória leve a moderada; e menor ou igual a 3 representa depressão respiratória grave.

As características são: freqüência cardíaca, esforço respiratório, cor, tônus e resposta ao cateter nasal. Estas notas são dadas com 1 e 5 minutos de vida. Portanto, logo após o nascimento, ainda na sala de parto e não no berçário.

Os primeiros contatos

Agora, após toda a assistência neonatal e avaliação do bem estar do recém-nascido, ele está pronto para ir para o colo materno. De preferência, o bebê deve ter contato de pele com a mãe. Isto o mantém aquecido, estimula a sensação tátil de ambos. É incrível como o bebê logo se acalma no colo materno, sentindo-se mais seguro e, portanto, tranqüilo.

Alguns já nascem um pouco mais alertas, com os olhos bem abertos, querendo conhecer o rosto dos pais. Outros já sugam avidamente o seio materno, o que deve ser tentado sempre que possível. Mesmo que o bebê não mame imediatamente, é importante que ele mantenha um contato. Aos poucos ele vai estabelecendo contato com os pais, já começa a querer lamber o seio materno, o que estimula muito a formação do apego. A primeira mamada, ainda na sala de parto, depende de vários fatores.

Depende de que o recém-nascido esteja em estado de alerta e calmo. A presença de secreções em suas vias aéreas dificulta a amamentação na sala de parto, uma vez que o bebê pode precisar fazer alguns movimentos de tosse ou espirros para limpar as vias aéreas. Depende do estado emocional da mãe e da formação do seu mamilo.

Lembre-se de que provavelmente você e o bebê estarão numa posição pouco confortável para amamentar. É necessário tempo e tranqüilidade para amamentar em sala de parto. Não se preocupe se o seu bebê não quiser amamentar neste momento; mais tarde com certeza vai pegar o seio muito bem.

Aos poucos os pais vão olhando detalhadamente para o seu filho, procurando até uma marquinha que o identifique. Timidamente vão tocá-lo, a princípio com as pontas dos dedos, e à medida que se vai criando mais confiança, vão querer sentí-lo totalmente em suas próprias mãos. Logo ao nascer, o bebê pode apresentar características próprias. Alguns nascem limpinhos, porém eles podem nascer com marcas de sangue - sangue da própria mãe, da episiotomia ou da cirurgia cesareana, ou do próprio cordão umbilical ao ser cortado. Também pode estar coberto por uma substância pegajosa branca chamada vérnix, que protege a pele do bebê pois possui defesas, como alguns tipos de anticorpos.

Às vezes, o bebê nasce com a cabeça um pouco mais alongada na sua parte porterior - é devido ao encaixamento do pólo cefálico do feto com os ossos da bacia materna e a força que o útero faz sobre o feto durante as contrações. Se o seu filho estava sentado no útero (apresentação pélvica) ele pode apresentar a parte posterior da cabeça mais proeminente - occipito proeminente, e as perninhas mais abertas. Estas alterações serão corrigidas em alguns dias. É normal o bebê apresentar as extremidades um pouco mais arroxeadas, principalmente abaixo das unhas.

E se o bebê não respirar?

Geralmente quase todos os bebês nascem em ótimas condições. Aquelas gestantes que fizeram um bom pré-natal têm maiores chances de que seu bebê venha a nascer bem.

Aquelas que não fizeram, ou aquelas que durante o pré-natal mostraram alguma alteração, podem necessitar de cuidados especiais. Na maioria das vezes, os médicos e o hospital têm recursos para tratar de você e seu bebê - o que pode complicar é o inesperado. Mesmo que tudo esteja evoluindo bem, nós entramos com recursos para tratar até "do inesperado mais comum". Nascer em ótimas condições significa fazer adequadamente a transição da vida fetal para a vida extra-uterina. Dentro do útero materno o bebê não precisa respirar. A placenta realiza esta função. Assim que o cordão umbilical é cortado, o pulmão deverá assumir esta tarefa.

http://bianca.aiko.blog.uol.com.br/images/nascendo.JPG

No ato de respirar, na maioria das vezes representado pelo choro, o sangue é oxigenado - e as células do corpo são supridas por este combustível indispensável à vida. Não respirando, pode faltar oxigênio, o que afeta o bom funcionamento das células (ou pode provocar sua morte), principalmente nos órgãos nobres - cérebro e coração.

Quando o bebê não respira ou não o faz eficazmente, é sinal de que certo grau de hipóxia já está presente. Ele pode se apresentar flácido (tônus ausente ou diminuído), pálido ou cianótico e com os batimentos cardíacos tendendo à diminuição. Se medidas apropriadas não forem tomadas, o bebê pode evoluir para seqüelas neurológicas e até para o óbito.

Diante deste quadro, o pediatra tomará medidas que vão evitar ou minimizar estas seqüelas. Para isto é importante que ele esteja presente na sala de parto e inicie os procedimentos assim que o obstetra lhe entregar o bebê. As medidas iniciais são as mesmas descritas acima: posicionar o recém-nascido em berço de calor radiante, secá-lo, posicionar a cabeça e aspirar boca e narinas e, se necessário, estímulo tátil, sem perda de tempo. Na avaliação da respiração, que está ausente ou ineficaz, iniciamos com respiração artificial, utilizando um aparelho de bolsa e máscara capaz de oferecer oxigênio puro. Desta maneira, mesmo que o recém-nascido não esteja respirando, não lhe estará faltando oxigênio. Em poucos segundos ele já estará chorando vigorosamente.

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