Na
sexta-feira termina o mistério que pela segunda vez intriga a
audiência da TV Globo: afinal, quem matou Salomão Hayalla,
o despótico empresário da novela “O Astro”,
originalmente escrita por Janete Clair em 1978? Geraldo Carneiro, que
assina o remake com Alcides Nogueira, deu com exclusividade ao UOL a
lista dos suspeitos. Segundo ele, foram escritos dois finais e o
assassinato foi cometido por duas ou três pessoas, dependendo de
qual dos desfechos vá ao ar.
A
solução está em cerca de dez cenas sigilosas
recebidas pelos atores que interpretam os seguintes personagens: Henri
(João Baldasserini), Nádia (Vera Zimmermann), Youssef
(José Rubens Chachá), Amin (Tato Gabus), Jamile (Carolina
Kasting), Miriam (Mila Moreira), Assunção (Reginaldo
Faria), Inácio (Pascoal da Conceição), Clô
(Regina Duarte), Magda (Rosamaria Murtinho), Samir (Marco Ricca) e Neco
(Humberto Martins). “É crime pessoa jurídica, como
o assassinato de Júlio César, que foi planejado pelo
senado romano”, brinca.
Embora
não dê nenhuma pista exata de quem são os
envolvidos, o autor conta que ele e o parceiro Alcides Nogueira
não quiseram criar nenhum final mirabolante. Disse apenas que a
solução não é nem muito óbvia nem
muito absurda. “O público é inteligente. Fizemos
algo muito crível, mas claro que pensamos em artifícios
de baixo nível, como colocar um vizinho que invadiu a casa e
matou o Salomão porque não aguentava mais o barulho de
tantas festas que tinham naquela casa. Também pensei em colocar
que ele foi morto porque não pagou propina para o
Ministério dos Transportes”, conta o autor aos risos.
Carneiro,
no entanto, diz que o mais importante na solução desse
mistério é mostrar que ninguém é totalmente
inocente e que até Márcio Hayalla (Thiago Fragoso), ao
sentar no trono do pai, acaba abandonando o idealismo e se tornado
parte daquilo. “O exercício do poder corrompe. Ali
é o homem sendo construído pelo próprio
trono.”
Sobre
as críticas de que algumas tramas foram aceleradas demais (a
novela teve apenas 64 capítulos), o autor afirma ter sido uma
opção estética. “Quisemos fazer a novela com
uma linguagem mais próxima do cinema que do rádio. Eu
confesso que não tenho paciência para aquela
enrolação das novelas. Tanto que raramente tenho
ânimo de ver novelas. Tem novela que começa só no
capítulo 60. Tem outras que abandonam a trama principal. Tivemos
a sorte ter uma história que cabia nesse tamanho, porque o
primeiro que se entedia com a novela é o autor. Quando
você está escrevendo a mesma cena pela décima vez
dá vontade de se matar. Nesse ponto, ‘O Astro’
ajudou a apontar um novo rumo para a novela brasileira.”
Com Informações do site UOL
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