Longe de mim rir da desgraça alheia, mas durante o “Bastidores do carnaval” da RedeTV! ficou quase impossível não se deixar contagiar com a alegria de Mirella Santos por seu “furo”. Ela entrevistava a modelo Jaqueline Khury, que, em lágrimas, contava porque não desfilaria pela escola Unidos do Peruche: sua calcinha tinha sido roubada. Sem conseguir disfarçar a euforia por ser a primeira a dar a notícia, Mirella repetia: “Bafão! aqui a gente conta tudo”.
Assim é este programa. Da categoria trash e sem medo de ser feliz, ele já virou uma tradição. Nelson Rubens e Flávia Noronha, do estúdio, ao vivo, chamam as matérias. Há eventuais problemas técnicos, e principalmente de som, mas o apresentador é um craque e brinca com tudo. No sereno, fora da festa principal, os repórteres tentam – às vezes com êxito — pautas mais heterodoxas. Rafael Pessina se destacou neste quesito. Ele entrevistou os robustos empurradores de um carro alegórico. Foi uma conversa franca sobre “a vista privilegiada” (sic) proporcionada pela função dos rapazes, afinal, não tão dura assim. Bastava olhar para cima para enxergar os destaques femininos da escola, sobre o carro, de um ângulo, digamos, subglúteo, ou intraglúteo, difícil escolher o prefixo. Imagens generosas encerraram a reportagem e comprovaram a veracidade dos depoimentos.
Mais tarde, Adriana Bombom protagonizou um grande momento com a modelo Fabiana Rodrigues. Bombom provocou: “Estão dizendo que você se parece muuuuito com uma ex-‘BBB’”. Fabiana então esticou o pescoço para mostrar que “não tem gogó” (como a transexual Ariadna) e revidou: “Quem quiser ver e comprovar o material pode comprar a revista em que apareço pelada”.
Teve ainda Charles Henriquipédia fazendo a “dança da cobrinha” (impossível descrever. Leitor, use a imaginação) com a Mulher Melão. E a Mulher Melão respondendo a “qual é a medida do seu melão?” (“juntando os dois, dá um litro”, garantiu). Em seguida, fechando com chave de ouro, uma repórter mostrou um carro da Portela cujo tema era Moby Dick: “Esse carro aqui é todo baseado em contos de fadas”. Foi tão surpreendente que talvez até Herman Melville tivesse achado graça.
Por Patrícia Kogut
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