A Procuradoria da República em São Paulo instaurou, na quarta-feira (3), um inquérito civil público para avaliar uma declaração polêmica do participante Marcelo Dourado, do reality show Big Brother Brasil, da Rede Globo, em fevereiro. Na ocasião, o brother disse que a “Aids [doença sexualmente transmissível] não é contraída por heterossexuais”. À época, a declaração provocou revolta na comunidade LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais).
De acordo com o procurador regional dos direitos do cidadão, Jefferson Aparecido Dias, a emissora vai receber uma notificação formal até segunda-feira (8). Com isso ela terá de se posicionar, oficialmente, sobre a declaração do participante.
implantação do inquérito foi pensada após o recebimento de um material em vídeo, de 20 minutos, com a gravação do episódio em que Dourado associa o vírus HIV à homossexualidade. O autor do e-mail não foi identificado.
- Eu recebi um e-mail de um cidadão com imagens do conteúdo veiculado (sobre a declaração). No primeiro momento, verifiquei que era necessária a instauração do inquérito.
Segundo Dias, somente após a declaração da emissora é que será decidido qual procedimento de retratação será tomado – há a possibilidade de uma intervenção, ao vivo, durante a apresentação do reality show.
O Ministério da Saúde será convocado para prestar assessoria ao caso. Quanto a entidades do movimento gay, nenhum representante foi acionado oficialmente.
A Rede Globo afirma que não vai se posicionar sobre o caso enquanto não receber a notificação.
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